31/08/2025
Você já se perguntou por que, mesmo querendo mudar, muitas vezes repete os mesmos erros, vivendo relacionamentos semelhantes ou enfrentando situações que parecem “se repetir” em sua vida?
Carl Gustav Jung, fundador da Psicologia Analítica, trouxe uma visão profunda sobre esse fenômeno: não se trata de mera coincidência, mas de um chamado do inconsciente. Ele dia que carregamos dentro de nós conteúdos inconscientes que não desapareceram, apenas foram reprimidos ou esquecidos. Esses conteúdos não elaborados retornam em forma de padrões repetitivos — seja em escolhas amorosas, em comportamentos autossabotadores ou até em circunstâncias de vida.
É como se a psique insistisse em nos colocar diante da mesma experiência até que possamos compreendê-la e transformá-la. Grande parte desses padrões está ligada à “sombra”, conceito central de Jung. A sombra representa aspectos de nossa personalidade que negamos ou rejeitamos, mas que continuam ativos em nosso interior. Quando não reconhecemos nossa sombra, ela tende a se projetar no mundo externo, fazendo com que atraimos situações e pessoas que reflitam esses conteúdos reprimidos.
Por exemplo: alguém que nega sua própria agressividade pode se envolver repetidamente em relações com pessoas controladoras ou violentas. Não é azar: é a sombra pedindo reconhecimento.
Será necessário olhar de frente esses padrões para assim poder resolver. Jung afirmava que aquilo que não se torna consciente retorna como destino. Ou seja, o que não reconhecemos em nós, vivemos fora de nós, como se fosse imposto pela vida.
Por isso, os padrões repetidos não são meros fracassos, mas convites à consciência. Eles nos oferecem a chance de interromper ciclos, integrar conteúdos inconscientes e assumir maior autonomia sobre nossa própria jornada.
Na visão junguiana, deixar de repetir padrões não significa lutar contra eles, mas compreendê-los em profundidade. É preciso acolher a sombra, reconhecer os complexos que nos dominam e aprender com o sofrimento que essas repetições trazem.
Somente assim, o que antes era destino pode se tornar escolha.
👉 Repetir padrões não é sinal de fraqueza, mas de que existe algo dentro de você pedindo para ser visto. Quando o inconsciente se torna consciente, a vida deixa de ser uma repetição e passa a ser um processo criativo.